Estudo comprova que prédios verdes apresentam performance superior aos prédios comuns

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Uma das maiores difuldades enfrentadas por quem sugere a construção de prédios verdes reside na falta de dados que comprovem o quanto a adoção de medidas sustentáveis contribui para a redução dos custos de construção e operação dessas construções. Porém, com o crescimento desse tipo de empreendimento no mundo e principalmente nos EUA, a quantidade de cenários diferentes que possibilita um estudo mais aprofundado sobre as vantagens e desvantagens de se construir verde também cresce.

Com isso em mente, a CoStar Group, uma das gigantes do mercado imobiliário norte-americano, acaba de publicar detalhes sobre um estudo realizado com mais de 1.300 prédios com certificações LEED e Energy Star, representando aproximadamente 30 milhões de metros quadrados de prédios comerciais.

Os prédios verdes foram comparados com propriedades não-verdes que possuíam características semelhantes como tamanho, classe, localização e ano de construção.

Dentre os resultados apresentados pelo estudo, destacam-se:

Quanto comparados a prédios sem certificação LEED, os prédios certificados pelo USGBC:

  • Foram vendidos por um preço superior em cerca de U$1840 por metro quadrado;
  • Foram alugados com um valor superior em cerca de U$120 por metro quadrado;
  • Apresentaram taxas de ocupação 3,8% superiores.

Quando comparados a prédios sem certificação Energy Star da EPA, os prédios com certificação Energy Star:

  • Foram vendidos por um preço superior em cerca de U$656 por metro quadrado;
  • Foram alugados com um valor superior em cerca de U$25 por metro quadrado;
  • Apresentaram taxas de ocupação 3,6% superiores.

Especialistas no assunto têm afirmado que prédios não-verdes tenderão a ficar obsoletos e que a mudança do mercado em direção a essas construções tem ganhado cada vez mais força.

O estudo mostrou também que uma das razões para o bom retorno financeiro de projetos verdes (tanto LEED quanto Energy Star) se deve a uma crescente demanda por esse tipo de imóvel, o que já excede a oferta no mercado americano.

Além disso, a certificação LEED está começando a ficar diretamente ligada às construções classe A. Como resultado, prédios sem a certificação começam a ser considerados de classe B e seu valor é reduzido.

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Via CoStar group.

15 prédios verdes ao redor do mundo

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Nos EUA, as construções prediais são responsáveis por cerca de 48% do total das emissões de dióxido de carbono. O uso excessivo de energia elétrica, o desperdício de água tratada e a disposição inadequada ou a falta de reaproveitamento de resíduos da construção contribuem para o aumento do impacto causado pelos prédios sobre o meio ambiente.

Abaixo, apresentam-se 15 prédios classificados entre os mais verdes do mundo:

  Via Geek About

Aquecedor solar para prédios modernos

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A empresa chinesa CONSOL Changzhou Energy Co. lançou no mercado um novo sistema de aquecimento chamado “Balcony Style Solar Water Heater”. O sistema para aquecimento de água por energia solar foi especialmente concebido para residências modernas e seu uso integrado com energia renovável.

Segundo os projetistas, a separação entre o reservatório de água (de 200L) e o coletor solar melhora muito a aparência do prédio.

Via GoodCleanTech.

A importância dos prédios verdes na redução das emissões

ITC India - Platinum Building

A criação de espaços de trabalho ambientalmente amigáveis é um fenômeno globlal que não pára de crescer. Os prédios têm sido projetados para apresentarem características “verdes”, onde o benefício para o meio ambiente, para as corporações e seus colaboradores são numerosas.

Na Índia, por exemplo, a quantidade de “prédios verdes” cresce a cada ano. Recentemente, o ITC Green Centre, um prédio de escritórios localizado na cidade de Gurgaon (que possui cerca de 2 milhões de habitantes) recebeu a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) da USGBC (United States Green Building Council).

O projeto do prédio levou em consideração a eficiência energética, o meio ambiente, a conservação de água, o uso de produtos reciclados e energia renovável. Além disso, o ITC Green Centre reduziu seu consumo de energia em 51%. O ITC possui a maior pontuação em sua categoria além de ser o maior prédio do mundo a possuir a certificação Platinum.

Via: Times Now

Vila Solar em Freiburg, Alemanha

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O Solarsiedlung ou “Vila Solar” é o projeto de construção solar mais moderno da Europa. Projetada por Rolf Disch, o condomínio segue as instruções da German Passive House (conforto interno sem a necessidade de aquecimento/resfriamento) e Plus Energy House (produz mais energia do que necessita). Além disso, o projeto contempla diversas questões ambientais como a seleção de materiais, consumo de energia, opções para transporte e métodos construtivos.

A Vila Solar (que possui 58 unidades residenciais) está localizada em Freiburg, a “capital solar” da Alemanha. O layout do projeto é baseado na orientação solar. As casas com terraços são orientadas para o sul e a distância entre os prédios é determinada de tal forma que permita a insolação e o aquecimento de cada casa pela incidência de radiação solar. Os prédios possuem dois e três andares.

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A eletricidade é gerada por painéis solares e a energia excedente é ligada e vendida à rede pública. A energia adicional nos meses de inverno é produzida por uma estação local abastecida com cavacos de madeira.

Antes de ser lançada nos coletores pluviais, a água da chuva passa por um sistema de drenagem natural. Parte dessa água ainda é coletada e armazenada para uso em irrigação e jardinagem ou utilizada para descarga de vasos sanitários.

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Outras estratégias mais tradicionais utilizadas incluem o uso de grandes aberturas na fachada sul para maximizar o ganho solar e aberturas pequenas no norte para minimizar a perda de calor. A projeção do telhado fornece sombra durante o verão mas permite a passagem do sol durante o inverno para aquecimento passivo.

Via Greenline

A Green House da revista Time

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O norte-americano médio libera cerca de 22 toneladas de dióxido de carbono à atmosfera a cada ano. Uma grande parte dessas emissões são geradas pelas residências e pelo grande desperdício de energia. Segundo um estudo recente, uma das maneiras mais efetivas em termos de custo para a redução das emissões dos gases do efeito estufa é através do isolamento térmico dos prédios.

Clique na figura acima e arraste a lente pelos diferentes cômodos da casa para ter uma idéia do quanto de emissão de CO2 pode ser reduzido através de idéias bastante simples.

Via Time CNN

Residência eco-amigável em centros urbanos

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A foto acima é de uma das primeiras residências remodeladas com certificação LEED nos EUA. Ela foi apresentada no San Francisco Sunset Idea House deste ano e se diferencia das outras casas pelo fato de estar localizada em uma área urbana densa em um terreno bastante compacto. Existem duas unidades e a menor delas, com aproximadamente 112 metros quadrados, está a venda por 1 milhão de dólares.

Projetada por John Lum, essa casa tem tudo o que pode se esperar de uma green house: piso com certificação FSC, concreto feito com cinzas (fly ash), tintas com baixo teor de VOC (compostos orgânicos voláteis), eletrodomésticos com elevada eficiência energética, teto verde, coleta de água da chuva, pequena turbina eólica e aquecedores solares. A casa foi projetada para gerar energia renovável suficiente para atender sua demanda.

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Via Sunset e Greenerati

Software para projeto de prédios verdes

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Menos de 50% dos arquitetos levavam em consideração conceitos “verdes” nas construções cinco anos atrás. Porém, segundo a Autodesk, 90% deles irão construir com esse conceito em mente até 2012. Em uma pesquisa sobre Green Index realizada pela Autodesk, 70% dos entrevistados disseram que as exigências dos clientes estão acelerando os esforços para projetos de prédios que façam uso de menos energia, gerem menos resíduos e que custem menos durante sua operação.

A Autodesk, que desenvolve softwares profissionais para projetos em 3D, anunciou no Greenbuild Convention que está desenvolvendo um software que ajudará os projetistas a verem a pontuação obtida segundo o sistema LEED – Leadership in Energy and Environmental Design – gerenciado pelo Green Building Council norte-americano.

Com esse novo software, será possível obter informações em tempo real que possibilitarão a medição das modificações na qualidade do ar interno, uso de energia, emissões de gás carbônico e iluminação natural. Ainda no Greenbuild, a Green Building Studio revelou seus planos sobre um software que ajudará no projeto de prédios carbono neutros. O aplicativo funcionaria com o CAD 3D e mediria a temperatura externa e a economia de energia interna, ventilação e uso de água.

Via CNet

A empresa eco-amigável e os ganhos indiretos

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A maioria das empresas estão adotando uma postura eco-responsável – ou o tão pronunciado “going green” – mas também estão descobrindo que ajudar o meio ambiente não é o único benefício: uma política “verde” pode facilitar a contratação de jovens talentos, aumentar a produtividade e reduzir custos. Segundo a americana Lindsey Pollak, autora do livro “Getting from college to career“,

Os estudantes pretendem trabalhar em empresas que dêem importância ao meio ambiente. O fato de uma empresa ter uma política “verde” é tão importante para esses jovens quanto a diversidade étnica, a globalização e o equilíbrio trabalho-diversão.

Uma pesquisa recente realizada pela MonsterTRAK.com sobre empregos “verdes” revelou que 80% dos jovens profissionais norte-americanos estão interessados em permancer em um emprego que tenha um impacto positivo sobre o meio ambiente, e 92% prefeririam trabalhar em empresas que se importam com questões ecológicas. E está ficando cada vez mais fácil para esses jovens trabalharem em empresas com essas características. O Green Building Council norte-americano, uma organização sem fins lucrativos responsável pela emissão do LEED – Leadership in Energy and Environmental Design –, certificado que avalia o quão verde é uma construção, informa que foram registrados cerca de 200 milhões de metros quadrados nos últimos sete meses. Isso é muito pouco tempo comparado aos sete anos necessários para o registro dos primeiros 100 milhões de metros quadrados realizado pelo conselho.

Para atrair os jovens talentos, as empresas estão incluindo detalhes sobre sua política ambiental em seus catálogos de ofertas de emprego distribuídos nas universidades americanas. Um exemplo disso é a fabricante de papel NewPage Corp que destaca em sua brochura o compromisso ambiental da empresa e o fato de sua sede utilizar 30% menos energia do que um escritório comum.

No mês passado, para satisfazer a demanda de estudantes interessados em trabalhar para empresas “verdes”, a MonsterTRAK, juntamente com a ecoAmerica, um grupo ambiental sem fins lucrativos, lançaram o GreenCareers. O site lista vagas em empresas que reduzem seu impacto sobre o ambiente, facilitando o contato entre os estudantes e uma companhia que atenda seus objetivos ambientais.

Estudos preliminares, incluindo um realizado pela Canada Green Building Council, têm relacionado os ambientes internos eco-amigáveis a uma maior produtividade e menor absenteísmo. Locais de trabalho “verdes” tendem a utilizar mais iluminação natural, o que pode melhorar o humor dos empregados. Além disso, esses ambientes utilizam sistemas avançados de filtração de ar, o que diminui os problemas respiratórios como asma e sinusite.

Outro benefício alcançado por uma postura eco-amigável é a possibilidade de redução dos custos operacionais. Através da instalação de sensores de iluminação, dímeres e de um telhado refletivo, a fabricante de semicondutores Texas Instruments Inc. diminuiu a energia gasta com ilumininação em 80% em seu prédio de escritórios. De acordo com Paul Westbrook, gerente de desenvolvimento sustentável da Texas,

Somente no primeiro ano, observamos uma economia de $1 milhão de dólares em eletricidade e água e essa economia irá continuar a crescer até chegarmos a $4 milhões por ano.

Via The Wall Street Journal