Concreto verde com a adição de resíduos agrícolas

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Da Revista Fapesp Online, por Marcos de Oliveira (ed. impressa 146 – Abril 2008):

As cinzas do bagaço de cana, da casca de arroz e os resíduos da indústria cerâmica são candidatos para entrar na preparação do concreto e diminuir a presença do cimento na elaboração desse produto. A redução do uso e a conseqüente limitação de sua industrialização são um fator importante para o ambiente porque, além de aproveitar esses materiais que muitas vezes são de difícil descarte e reutilização, contribuem para diminuir a emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. A indústria cimenteira é responsável por 7% das emissões de CO2 no mundo. Segundo dados utilizados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), para cada tonelada (t) de cimento produzido sobra para a atmosfera 1 t de CO2

“No Brasil esse dado corresponde a 0,67 t porque parte da matéria-prima usada no país para produção de cimento é obtida com o aproveitamento da escória (argila separada do material ferroso) de alto-for­no das siderúrgicas, e a matriz energética, ou a energia elétrica gasta no processo, é renovável, de hidrelétricas”, explica o professor Romildo Toledo Filho, da Coppe-UFRJ, coordenador da equipe que desenvolveu estudos para a incorporação dos resíduos ao cimento. Em 2007 foram produzidos 44 milhões de t de cimento no Brasil que resultaram em 29,4 milhões de t de CO2. Toledo calcula que com a incorporação dos resíduos será possível reduzir a emissão brasileira em quase 6 milhões de t ao substituir 20% da produção de cimento. 

Os dados levantados pelo grupo da Coppe indicam a existência de cerca de 10 milhões de t de resíduos disponíveis para a utilização pela indústria cimenteira. Cerca de 1,5 a 2 milhões são de cinzas da queima do bagaço de cana que sobram de caldeiras e geradores para a produção de energia elétrica para abastecimento das próprias usinas. “As cinzas do bagaço são ricas em sílica amorfa, diferente da forma cristalina encontrada, por exemplo, na areia. Na forma amorfa, ela pode reagir, em temperatura ambiente, com o hidróxido de cálcio, um dos produtos de hidratação do cimento.” Essa mesma estrutura é encontrada na casca de arroz calcinada. De cada 1 t de arroz colhido sobram 200 quilos de casca. No Brasil, a produção atingiu 11 milhões de t de arroz na safra 2006-2007, portanto produziram-se 2,2 milhões de t de casca. “Tanto a cinza do bagaço de cana como a da casca do arroz precisam, para integrar o concreto, passar por um processo de micronização quando o material é reduzido a partículas bem menores.”

A indústria brasileira de cerâmica produz cerca de 5 a 6 milhões de t de resíduos na produção de telhas, tijolos e pisos. Esse material, depois de calcinado e moído, pode substituir até 20% do total de cimento. Um estudo específico sobre o aproveitamento dos resíduos dessa índústria foi realizado pelo grupo da Coppe e apresentado na edição de setembro de 2007 da revista científica Cement and Concrete Re­search. Outro produto não aproveitável que se apresenta como alternativa, mas atinge um índice menor de substituição do cimento, de 5% a 10%, são as cinzas resultantes do lodo sanitário queimado obtidas das estações de tratamento de lixo sólido urbano. 

O concreto de desenvolvimento sustentável é fruto das preocupações mostradas tanto no IPCC como nos mecanismos de desenvolvimento limpo apresentados no Protocolo de Kyoto e aparece num momento em que cresce o consumo de cimento no mundo, principalmente na China, que utiliza 43% do cimento mundial. “Cálculos de pesquisadores da área, baseados no crescimento dos grandes países emergentes, indicam que, se o consumo de cimento é de 2,5 bilhões de t por ano, ele saltará para 6,5 bilhões de t em 50 anos, porque é, e continuará sendo, o material mais usado do mundo em infra-estrutura”, diz Toledo.  

Elemento ligante – O principal problema da indústria cimenteira é a liberação de CO2 durante a queima do carbonato de cálcio (CaCO3) para trans­formá-lo em óxido de cálcio, que representa 65% da composição do cimento. Também entram como ingredientes óxido de ferro, alumínio e gesso. O cimento funciona como elemento ligante entre os componentes do concreto, como água, areia e brita.  
A incorporação dos resíduos ainda não tem perspectivas de ser absorvida pela indústria cimenteira. “Nosso trabalho é acadêmico e está buscando soluções. Cabe à indústria implementar es­­sas soluções.” A Região Sudeste é o mai­or centro consumidor de cimento e também o maior produtor de resíduos. “Nesse momento estamos realizando um estudo para identificar as áreas produtoras de cinza de bagaço e casca de arroz, da indústria de cerâmica e onde estão localizadas as cimenteiras. Ao final teremos um mapa que poderá facilitar a parte logística de aproveitamento de resíduos. 

A importância dos estudos realizados na Coppe pode ser medida por uma notícia divulgada recentemente no jornal francês Le Monde (13 de março). Várias cimenteiras do mundo estão desenvolvendo soluções para diminuir a produção de cimento e a conseqüente liberação de CO2 na atmosfera. O grupo francês Lafarge, que produziu 135 milhões de t de cimento em 2007, já conseguiu diminuir em 16% as emissões de dióxido de carbono de um total de 20% previsto entre 1990 e 2010. Além de fábricas ultramodernas e de melhor desempenho, inclusive na China, a Lafarge, como outras cimenteiras, está diminuindo o uso de combustíveis fósseis para aquecer os enormes fornos onde o cimento é produzido. Para isso, as indústrias utilizam óleos usados variados, solventes, pneus, plásticos, casca de noz de palmeiras da Malásia e casca de arroz das Filipinas, na Ásia, casca de café de Uganda, na África, além de farinha animal.  A empresa francesa também introduziu na fabricação do cimento, na substituição de parte do carbonato de cálcio, as cinzas das centrais termelétricas e as escórias provenientes de usinas siderúrgicas.

Via Fapesp Online

Ilhas de Energia para abastecer o mundo

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A energia das ondas já vem sendo utilizada atualmente como uma fonte de energia renovável. Mas e a diferença de temperatura da água dos oceanos poderia ser nossa próxima fonte de energia limpa? As “Ilhas de Energia” flutuantes, um idéia com mais de um século de idade, pode se tornar em breve uma realidade na geração de energia elétrica renovável capaz de abastecer o mundo inteiro. O conceito – criar ilhas artificiais para coletar a energia dos ventos, das ondas e do sol nos trópicos – é baseada no trabalho de Jacques-Arsène d’Arsonval, um físico francês do século 19, que visionou a idéia de utilizar o oceano como um gigantesco coletor de energia solar.

Inspirada na idéia do físico francês, uma nova técnica chamada Conversão de Energia Térmica dos Oceanos (OTEC – Ocean Thermal Energy Conversion) está sendo desenvolvida. A técnica tira proveito das diferenças na temperatura entre a superfície do oceano (até 29°C nos trópicos) e da água localizada a um quilômetro de profundidade (tipicamente 5°C). A água mais quente da superfície é utilizada para aquecer amônia líquida – convertendo-a em vapor – que se expande para acionar uma turbina, gerando eletricidade. A amônia é então resfriada pelo uso da água localizada a um quilômetro de profundidade, o que faz com que a amônia volte ao seu estado líquido possibilitando um novo ciclo ao processo.

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O objetivo desse trabalho é contruir uma rede de “ilhas de energia”. Estima-se que cada ilha poderia produzir cerca de 250 MW e que 50.000 “ilhas de energia” seriam suficientes para satisfazer toda a demanda por energia no mundo, além de gerar 2 toneladas de água potável por pessoa por dia para a população do mundo todo, uma vez que a água dessalinizada é um dos sub-produtos do processo OTEC.

O processo funciona melhor quando há uma diferença de temperatura entre as águas de 20°C, fazendo com que as regiões tropical e sub-tropical sejam as melhores candidatas à instalação dessas “ilhas”. O conceito será lançado no final deste ano no Virgin Earth Challenge, que oferece U$25 milhões em prêmios para soluções inovadoras que combatam o aquecimento global.

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Via Telegraph

O crescimento da geração de energia por fontes renováveis

Gráfico extra�do do relatório REN21 2007.

Um estudo realizado pela REN21 (Renewable Energy Policy Network for the 21st Century) juntamente com o Worldwatch Institute mostra que, dos 4.300 GW de energia consumida anualmente em todo o mundo, 240 GW provêm de fontes renováveis.

Em 2006, foi observado um crescimento na produção de energia por diversas fontes alternativas: Eólica (25-30%), Solar – fotovoltaica (50-60%), Solar – térmica (15-20%) e Biocombustíveis (15-20%). Estima-se que o uso de energia renovável fará com que se deixe de emitir por ano cerca de 5 gigatons (5Gt) de gases responsáveis pelo aumento do efeito estufa.

A energia eólica (a maior das novas fontes de energia) alcançou 90 GW de capacidade acumulada em 2007. A energia solar fotovoltaica gerou, em 2007, cerca de 8 GW.

Sistemas que utilizam a energia solar para o aquecimento de água são responsáveis pelo fornecimento de água quente para mais de 50 milhões de residências. Cerca de 25 milhões de residências localizadas em zonas rurais utilizam energia produzida por biogás, pequenas turbinas eólicas, energia solar e por outras tecnologias.

Os mais de U$100 bilhões aplicados no mundo todo no setor de energia renovável durante o ano de 2006 é, sem dúvida, um voto de confiança por parte dos investidores. Além disso, cerca de 50 países estabeleceram como meta o aumento no uso desse tipo de energia (13 países em desenvolvimento, todos os países da União Européia e diversas províncias dos EUA e Canadá) e 44 países/estados/províncias possuem um Renewable Electricity Standard (RES) que define que uma parcela da eletricidade produzida no futuro seja a partir de fontes renováveis.

No gráfico acima, observa-se a capacidade de geração de energia (em Gigawatts) por fontes renováveis (excetuando-se grandes hidroelétricas) do mundo e de diferentes países.

Abaixo, observa-se a evolução do investimento (em bilhões de dólares) anual realizado em energia renovável entre 1995 e 2007.

Gráfico extra�do do relatório REN21 2007.

O relatório completo pode ser acessado AQUI.

Coletores solares infláveis: energia solar com baixo custo

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A empresa CoolEarthSolar desenvolveu um sistema de coleta de energia solar que utiliza componentes fotovoltaicos tradicionais mas substitui os espelhos rígidos, feitos de alumínio polido, por coletores infláveis feitos com um filme metalizado como elemento concentrador de luz. Segundo a empresa, os balões teriam um custo 400 vezes menor do que os espelhos tradicionais.

Abaixo, uma animação sobre o produto:

 

Europa planeja investimento de U$10 bi no deserto africano para geração de energia solar

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A União Européia está considerando gastar mais de 10 bilhões de dólares na construção de diversas estações de energia solar ao longo da costa do Mediterrâneo no Oriente Médio e norte da África. A energia gerada seria suficente para o suprimento de um sexto das necessidades do continente europeu.

As estações – capazes de gerar cerca de 100 Megawatts – poderiam ser utilizadas também como estações de dessalinização para o abastecimento de água aos países do deserto. O projeto, conhecido com Desertec, foi revelado na semana passada pelo príncipe jordaniano Hassan bin Talal e foi desenvolvido pela Trans-Mediterranean Renewable Energy Coorporation.

A geração de eletricidade se daria por uma técnica chamada “energia solar concentrada”. Uma estação de energia solar concentrada utiliza centenas de espelhos enormes cobrindo uma vasta faixa de terra para focar os raios solares em uma coluna metálica central preenchida com água. A água extremamente aquecida, que pode alcançar temperaturas tão altas quanto 800°C, é então transformada em vapor e encaminhada a turbinas que produzem eletricidade. O vapor superaquecido, após passar pelas turbinas, passaria então através de tanques com água do mar que evaporaria. O vapor da água do mar seria condensado e armazenado como água limpa.

O maior problema para implantação desse projeto seria o custo de operação dessas estações – quase duas vezes o custo de uma termoelétrica. Some-se a isso o fato de que a região escolhida não é exatamente uma das mais estáveis para a realização de um projeto bilionário.

Via Guardian Unlimited

Nova técnica para localização de energia geotérmica

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Energia geotérmica ou energia geotermal é a energia obtida a partir do calor proveniente do interior da Terra. Devido a necessidade de se obter energia elétrica de uma maneira mais limpa e em quantidades cada vez maiores, foi desenvolvido um modo de aproveitar esse calor para a geração de eletricidade. Estima-se que o potencial geotérmico dos Estados Unidos poderia fornecer 3000 vezes mais energia do que o país necessita atualmente. Porém, encontrar locais apropriados com um bom potencial geotérmico requer perfurações exploratórias extremamente caras.

Tendo isso em mente, dois pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley descobriram um método barato (que não requer perfuração) para identificar locais apropriados com potencial geotérmico. Neste método, a água subterrânea é testada e se examina a razão entre dois isótopos do hélio (hélio-4 e hélio-3).

Tipicamente, o hélio-4 é mais abundante na crosta terrestre, enquanto que o hélio-3 é mais comumente encontrado no manto terrestre. A presença do isótopo hélio-3 em maior quantidade é correlacionada com locais onde o manto está mais perto da superfície, o que indicaria um maior potencial geotérmico.

A Islândia é um bom exemplo do uso eficiente desse recurso para geração de eletricidade: Nesjavellir Power Plant :

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Via Arizona State University 

Transforme o óleo de cozinha usado em biocombustível com o FuelPod2

FuelPod2

Você não sabe como dar uma disposição final correta ao óleo de cozinha utilizado? Um alternativa interessante seria transformá-lo em biocombustível e abastecer seu carro sem sair de casa. Com FuelPod2 isso já é possível. Trata-se de um processador doméstico de biocombustível. Ele é alimentado com o óleo de cozinha usado e o combustível produzido pode ser utilizado em qualquer motor convencional a diesel sem modificações e sem afetar sua performance.

O FuelPod2 consegue converter até 50 litros de cada vez. Com 60 cm de diâmetro e 1,40 m de altura, ele pode ser guardado facilmente em uma garagem. É operado através de um compressor e está sendo vendido no Reino Unido por cerca de U$4200. Mas o difícil mesmo será conseguir óleo suficiente em uma residência convencial. O jeito será apelar a restaurantes e bares.

Via Reuters

Água gelada do mar substitui o ar-condicionado

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Será construído em Dartmouth, Canadá, um sistema para resfriamento de um complexo de 5 prédios que utilizada a água gelada do mar. O complexo – Alderney Landing – possui 28.000 metros quadrados e se divide em centro de convenções, galeria de artes, mercado público e teatro. O projeto, estimado em U$3 milhões, economizará cerca de U$250.000 por ano devido aos custos do resfriamento convencional.

O primeiro projeto deste tipo utilizará água gelada das profundezas do baía de Halifax. A empresa Performance Energy Systems perfurará rochas localizadas a 180 metros de profundidade que armazenarão a água gelada para o resfriamento do complexo durantes os meses mais quentes. Após completo, o projeto utilizará 100% energia renovável para o resfriamento e diminuirá em até 90% os custos de resfriamento.

O uso criativo de um recurso renovável ainda terá como benefício a remoção de 1 tonelada de clorofluorcarbono (CFC) pela substituição do sistema de ar condicionado.

Via Ecotality Life

Carregador solar flexível e portátil

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A empresa norte-america Brunton desenvolveu um produto bastante útil para quem viaja por lugares não muito convencionais onde encontrar uma simples tomada não é uma tarefa das mais fáceis: o SolarRoll. Trata-se de um painel solar de 30cm x 150cm com capacidade para recarrregar laptops, celulares, câmeras e até baterias de carro.

O tempo médio de recarga de um telefone celular, por exemplo, é de 2 horas utilizando-se o modelo SolarRoll 9. E entre 5 e 10 horas para recarregar um laptop. De fácil transporte (dá para enrolar) e à prova d’água.

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Entre U$199 e U$479 no site da Brunton.

Etanol a partir de beterrabas – Primeira usina de biocombustíveis do Reino Unido entra em operação

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A primeira destilaria de etanol do Reino Unido foi inaugurada na última quinta-feira, 22 de Novembro. Localizada em Wissington, Norfolk, a usina utilizará o açúcar extraído de beterrabas pela empresa British Sugar (a maior fábrica deste tipo do mundo). A capacidade de produção será de até 70 milhões de litros de etanol por ano. A destilaria utilizará cerca de 110.000 toneladas de açúcar por ano e espera-se que a produção de energia reduza o impacto causado pelas emissões de CO2 por combustíveis fósseis em até 50%.

A partir do mês de Abril do próximo ano, todos os combustíveis utilizados para transporte terão de ter, obrigatoriamente, 2,5% de matéria renovável. No segundo ano, a mistura será elevada para 3,75% e para 5% a partir de 2010. Atualmente, o governo britânico concede uma isenção fiscal de 20 centavos de libra por litro de biodiesel produzido. Com a nova media, as companhias de combustível terão de pagar uma multa de 15 centavos de libra por litro caso não cumpram com suas obrigações. A adição de apenas 5% de biocombustíveis nos combustíveis fósseis deve evitar a emissão anual de 1 milhão de toneladas de gás carbônico no Reino Unido. Isso equivale a 1 milhão de carros a menos nas ruas.

Via Reuters e SmartPlanet

Correntes marítimas para a geração de energia

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SeaGen é o nome dado ao conversor de energia marítima de 1,2 MW que será instalado em Stangford Lough, Irlanda. Com 41 metros de altura, a turbina irá girar cerca de 12 vezes por minuto devido ao movimento da água causado pelas correntes marítimas. Essa velocidade é extremamente baixa para causar algum dano à vida marinha mas suficiente para gerar 1,2 megawatts e abastecer 1.000 casas.

A turbina é fabricada pela Sea Generation Ltd.

Prêmio inovação 2007 – Células solares impressas

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A revista norte-americana Popular Science divulgou esta semana os vencedores dos prêmios de inovação em diversas categorias. O produto vencedor da categoria Tecnologias Verdes venceu também como a inovação do ano: Nanosolar Powersheet. A Nanosolar, uma empresa situada no Vale do Silício, produz células solares através do processo tradicional de impressão em prensas. Uma fina camada de um nano-pigmento capaz de absorver energia solar é impressa em folhas de metal. Desta forma, os painéis podem ser produzidos custando cerca de um décimo do custo de um painel tradicional e a uma velocidade de centenas de folhas por minuto. Na verdade, é um painel solar sem painel; é um revestimento maleável que pode ser facilmente distribuído pelo telhado de uma casa e que converte energia solar em energia elétrica. Com investimento dos fundadores do Google e contando com $20 milhòes de dólares do Departamento de Energia norte-americano, as primeiras células comerciais da Nanosolar começaram a sair das prensas este ano.

O elevado custo tem sido o grande problema da indústria de energia solar. As células tradicionis requerem silício para sua fabricação, um elemento extremamente caro. Outro problema é que estes painéis são montados em vidro, o que os torna pesados, perigosos e caros para o transporte e instalação. Além disso, cerca de 70% do silício se perde durante o processo de fabricação. A Nanosolar não utiliza silício e o processo de fabricação permite a criação de células tão eficientes quanto as células comerciais mais comuns por cerca de 30 centavos de dólar por watt. Uma célula tradicional chega a ser produzida ao custo de 3 dólares por watt. Segundo Dan Kammen, diretor-fundador do Renewable and Appropriate Energy Laboratory da Universidade da Califórnia, Berkeley:

Estamos falando sobre a impressão de rolos desse produto e instalação em trailer, garagens, em qualquer lugar que você quiser. Isso é uma grande mudança no modo como pensamos sobre energia solar e uma alteração essencial na economia da energia solar.

A empresa acabou de construir em San Jose, Califórnia, o que em breve será a maior unidade manufatureira de painéis solares do mundo. Quando a unidade entrar em operação no início do próximo ano, serão produzidas por ano células solares capazes de criar 430 megawatts – mais do que o total combinado de cada planta solar existente nos EUA. As primeiras 100.000 células serão enviadas à Europa, onde um consórcio irá construir uma planta de 1,4 megawatt em 2008.

Para se ter uma idéia do potencial dessa nova tecnologia, o governo da Califórnia dará incentivos fiscais para que sejam instalados 100.000 tetos solares por ano, pelos próximos dez anos (o estado conta atualmente com 30.000 tetos solares).

Mais detalhes sobre o produto podem ser vistos no site da revista que disponibiliza uma animação sobre a fabricação do painel e dá detalhes sobre as camadas constituites do Powersheet.

popsci.com

Estação de pesquisas na Antárctica: zero em emissões

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A Estação Princesa Elisabeth será a primeira do tipo “emissão-zero” no mundo. Financiada pelo governo da Bélgica e projetada e operada pelo International Polar Foundation, a estação de pesquisas será construída a partir de materiais ecológicos e minimizará a geração de resíduos e consumo de energia. Além disso, o fornecimento de energia à estação será feito todo a partir de fontes renováveis. Seu telhado será coberto por painéis solares e serão instaladas oito turbinas eólicas próximas à estação. A Estação Princesa Elisabeth Antarctica usará apenas 20% da energia utilizada por uma estação convencional. O aquecimento será realizado a partir de uma mistura de sistemas passivos e ativos, incluindo um sistema de recuperação onde todo o calor gerado pelos equipamentos será coletado e redistribuído pela base.

Devido ao fato de não dependerem mais do transporte de combustíveis, os custos de operação e o impacto sobre o meio ambiente serão mantidos baixos enquanto os cientistas realizam pesquisas sobre climotologia, glaciologia e microbiologia pelos próximos 25 anos. A estação chegará ao pólo sul por volta do Natal deste ano e começará a funcionar no ano de 2008. Abrigará cerca de 20 cientistas.

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Via Inhabitat

Maior estádio solar do mundo

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Este é o Stade de Suisse Wankdorf, em Bern, Suíça. É o maior estádio do mundo equipado com painéis solares. São cerca de 10.738 células solares que geram impressionantes 1,1 megawatt/hora de energia, suficiente para abastecer 350 residências.

O estádio tem capacidade para 32.000 torcedores e irá sediar a liga européia de 2008 (Copa Euro). Uma peculiaridade sobre o estádio: todos os assentos possuem a cor preta ou amarela, com a exceção de um que é pintado de vermelho e chamado de Hot Seat. Esse assento especial é ocupado, a cada jogo, por uma personalidade diferente.

Via Good Clean Tech

Helix Wind – energia eólica elegante

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A empres Helix Wind acaba de colocar no mercado americano uma turbina eólica de 2 kilowatts para aplicações residencias e comerciais. Uma de suas principais caracteríticas é o fato de conseguir girar independente da direção com que o vento chega (inclusive na direção vertical) o que facilita sua instalação em ambientes turbulentos, como os urbanos.

Com seu design elegante, a turbina pode ser montada em uma altura de até 10 metros, bem inferior àquelas convencionais para produção de energia eólicao que diminui os custos de instalação. Abaixo um vídeo com a turbina em ação:

Barragem para ventos

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A Architect Chetwood Associates está em busca de financiamento para a construção de uma “barragem para ventos” de $5 milhões de dólares na Rússia. A barragem seria construída entre paredões de pedra sobre o Lago Lagoda no noroeste russo. Segundo os projetistas da barragem em formato de vela de navegação, essa estrutura será capaz de gerar energia renovável através da captura de vento que passará por uma turbina localizada ao final do funil que se formará na estrutura.

De acordo com o projetista Laurie Chetwood, o formato de vela foi influenciado pela funcionalidade e pelo desejo de produzir algo escultural. Desse modo, foi desenvolvido um projeto no qual o formato se parece a de um pássaro mergulhando seu bico na água. E acrescentou:

Ele é também extremamente eficiente para a captura de ventos pois reproduz o trabalho de uma barragem e não deixa o vento escapar como ocorre com as hélices.

Se a construção for aprovada, a estrutura terá 75 metros. Só não foi mencionado o quanto de energia elétrica será possível produzir com esse invento.

Via Building Design

Pote de Sol

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O Sun Jar é um pote utilizado para compotas com uma célular solar dentro. Sua operação consiste em simplesmente deixá-lo exposto ao sol durante algumas horas do dia. À noite, a energia armazenada irá acender três LEDs dentro do pote. Pode ser utilizado como luz decorativa dentro de casa e também para iluminação exterior, uma vez que o produto é à prova d’água. Não existe nenhum botão liga/desliga. Um sensor liga e desliga automaticamente a luz conforme a iluminação exterior.

Pela foto vê-se que a luz não é lá grande coisa, só serve mesmo para fins decorativos. Mas a idéia é muito interessante.

Pode ser encontrado na Uncommon Goods por $40 dólares e está disponível em duas cores. Abaixo, um esquema ilustrativo sobre o funcionamento do Sun Jar.

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Via Suck UK

Max Water: 10.000 litros de água por dia

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Um inventor australiano, Max Whisson, desenvolveu um extradionário instrumento capaz de extrair água do ar. De acordo com o fabricante, O Max Water é capaz de extrair cerca de 10.000 litros de água por dia utilizando uma turbina contendo refrigeradores. Uma excelente idéia para aplicação em regiões com escassez de água, como o nordeste brasileiro por exemplo.

O resfriamento do ar é realizado sem o uso de qualquer fonte externa de energia. É algo como um moinho de vento mutante. O vento sopra através de uma série de turbinas que então energizam uma séria de pratos refrigeradores. Quando o ar passa através desses pratos, a água condensa entre eles e as gotas formadas escoam para um tanque coletor. Pense na água que condensa em um vidro frio ou as gotas d’água geradas por aparelhos de ar condicionado. O fenômeno é o mesmo.

De acordo com Whisson, uma unidade seria suficiente para produzir água suficiente para três ou quatro famílias, funcionando até mesmo nas regiões de clima extremamente secos.

No site da empresa – Water UN Limitedhá uma interessante animação sobre o funcionamento do aparelho, além de um manual explicando os fenômenos envolvidos e o quanto de água se pode extrair do ar em função do tipo de usuário (pequeno grupo, fazenda, distrito…) e do tamanho da turbina instalada.

O preço sugerido para a engenhoca é algo em torno de $40.000 dólares. A companhia planeja a doação de parte das unidades finalizadas (o aparelho ainda está em fase de testes) à áreas com escassez de água em países em desenvolvimento.

Via Plenty Magazine

Biodigestores domésticos

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O AIDG (Appropriate Infrastructure Development Group), através da educação e do desenvolvimento de negócios, promove o uso de tecnologias sustentáveis que melhoram a qualidade de vida em países em desenvolvimento. O grupo tem identificados diversas tecnologias sustentáveis que podem ser feitas localmente, com “eco-engenherios” locais. Uma das tecnologias que o AIDG está promovendo na Guatemala é o uso de Biodigestores.

Os biodigestores fazem uso da energia que está naturalmente presente nos resíduos gerados por animais e lixo doméstico. Quando esses produtos se degradam, eles geram metano, um poderos gás que pode ser aproveitado para a geração de energia. Os biodigestores capturam o metano antes que ele se torne um problema e o armazena para posterior aproveitamento, como o uso em aquecimento de ambientes ou como gás de cozinha.

Desta forma, os biodigestores podem ser um substituto sustentável ao propano, ao querosene e à madeira. Para aquelas famílias que necessitam comprar seu combustível, o digestor pode significar uma economia de centenas de dólares todo ano. Além disso, o biodigestor é também uma fonte de fertilizante orgânico de alta qualidade. Bactérias causadoras de doenças, como a E. Coli, são mortas dentro do digestor.

A introdução desta tecnologia simples reduz o impacto sobre as florestas naturais, produz fertilizante gratuito de ótima qualidade, reduz mortes de recém-nascidos devido a E. Coli, melhora a saúde e ainda economiza dinheiro.

Via AIDG